Archive for Março, 2012

Aventuras na Cozinha

Era só o que faltava nesse blog: culinária! Mas como eu não estou cabendo em mim mesma de tanto orgulho (mãe, pai, Rai, vocês não vão acreditar), resolvi compartilhar com o mundo meu feito gastronômico!

Risoto de atum, com salmão ao forno e batata palha para acompanhar!

Fiz tudo sozinha. Claro, alguém vai dizer que atum e salmão no mesmo prato iam brigar, uma ia querer mais atenção que o outro, coisa e tal, e tal, e tal. É só você não ligar pra eles, a dona da banca era eu afinal.

Peguei uma receita de risoto na internet, tinha todos os ingredientes e mandei ver. Cebola cortada em cubinhos, fritando e ficando douradinha na manteiga.

Refogando “demoradamente”o arroz na cebola, como mandava a receita.

Caldo de legumes, vinho branco, creme de leite, queijo parmesão e atum na panela: o risoto quase pronto.

Enquanto isso… um pouco de bagunça.

Enquanto isso (2), preparava o salmão. Segundo Wilson (Gomes, ele mesmo, o mestre que me aterrorizava nas aulas de Semiótica), salmão no forno tem grau de dificuldade igual a ovo frito. Como vocês podem ver, ele continua me aterrorizando (eu gosto, ele é meio House, uma coisa tipo ‘Meu Malvado Favorito’).

O resultado final foi esse:

Posso garantir que minha aventura gastronômica fez sucesso por aqui, viu. =)

Até a próxima!

Sobre o que nos espreita na sombra

Quantas vezes vamos nos deparar com o que somos, e não queremos ser, até que a gente comece a fazer algo pra mudar essa condição? E será que essa mudança é mesmo possível? Se não for, dá pra aceitar isso e continuar vivendo e se desagradando de tempos em tempos?

Algumas questões existenciais nesta noite. O que eu sou e não gosto me ataca quase todos os dias. Me confronta comigo, me enfrenta. Ri de mim, da minha incapacidade de deixar de ser. Mas ela que se acha tão dominadora, me pertence. A gente se bate de vez em quando.

Há de ser assim com todas as pessoas no mundo. Sempre há alguma característica detestável, fraca, angustiante, procrastinadora, insegura, agressiva. Aquilo que chamam de sombra. O que a gente não estampa na cara, no trato social, mas no íntimo das nossas vidas ela sempre aparece pra te desafiar. Porque – na maioria das vezes – ela te prejudica. Ela te puxa pra onde você não quer ir. Se você quer ser forte, ela te acovarda. Se você quer ser pacífico, ela te envenena. Se você quer ser convincente, ela te faz inseguro. E assim vamos vivendo a vida, sempre ameaçados por nós mesmos, na nossa pior forma, mesmo que escondida. Dá pra mudar isso? Vai saber. Psicólogos deveriam poder explicar, depende de quando-como se adquiriu a tal sombra. Eu acho muito difícil transformar uma personalidade. Mas eu sigo acreditando que é possível, porque senão, o que resta? Absorver algo que não te ajuda em nada, só atrapalha? Não, obrigada.

Talvez esteja aí o grande sentido da vida, do universo e tudo mais. Viver cada dia tentando aprimorar algo em nós mesmos. Porque se há uma tarefa incansável e – droga – que parece interminável, é essa tal autotransformação. O resultado final é promissor, todos os nossos problemas teriam terminado ou seriam pequenos, diante da nossa perfeição. Mas aqui todo mundo é grandinho pra saber que ninguém é perfeito, nem será.

Diante disso, resta tentar, todos os dias, chegar o mais perto disso que for possível. O ideal não existe, mas existe o ótimo. E é atrás dele que é preciso ir. E pra chegar lá é preciso estar atento, mas sem neurose. Relaxar, observar, fazer o possível dia a dia. Essa busca não pode ser insana: ou estaríamos apenas acrescentando “ansiedade” ao currículo das nossas sombras.

Uma SuperNanny pra Vida

Arrá, olha só, agora eu tenho Sky. Viram como eu estou avançando? Anotem aí uma estrelinha pra mim. E aí no primeiro dia peguei o controle e fui viajando pelos canais, tantas novidades, um monte de coisa, vontade de ver tudo. Aí parei no Viva e fiquei assistindo SuperNanny, só pra passar o tempo. E também porque eu acho super interessante a ideia desse programa. Uma educadora profissional de crianças-problema. Aquelas que não dão sopa pros pais, que acabam virando escravos dos filhos.

A SuperNanny estava numa casa onde os dois filhos, um casal de uns 8 a 10 anos, simplesmente desconheciam a autoridade da mãe. O padrasto quase não participou. As crianças faziam tudo que queriam, bagunçavam, não tinham horário pra nada, batiam na mãe, gritavam com ela, mordiam, choravam, se faziam de vítimas, eram impossíveis. E então a SuperNanny tentou de todas as formas impôr limites, observar a rotina da família e levou a mãe pra uma espécie de trilha. Deu a ela uma mochila bem pesada e pediu que carregasse por um bom percurso. No final, quando ela já não aguentava mais o peso, SuperNanny permitiu que ela se sentasse e abrisse a mochila. Dentro tinha várias pedras grandes, e em cada uma delas tinha algo escrito. Culpa, Medo, Insegurança, Pena, Permissividade e uma série de outras palavras relacionadas ao que aquela mãe sentia. Ela foi jogando cada pedra fora, e chorava muito. E aí ela foi, bem aos poucos, começando a perceber que ela carregava muitos sentimentos que não necessariamente precisava, e que o comportamento completamente equivocado dos filhos era um reflexo de uma total falta de limites. E do fato de que ela tinha pena de educar, afinal educar não é sempre provocar sorrisos e fazer carinho.

Aí eu comecei a pensar em outros universos onde uma SuperNanny seria muitíssimo bem vinda. Relacionamentos amorosos. Sabe aqueles onde um dos dois age feito criança, querendo impôr todas as suas vontades, nunca observando se vai ou não magoar o outro? Que faz com que o outro carregue toda a responsabilidade afetiva que deveria ser compartilhada pelos dois? Hum, imaginei alguns assim. Uma SuperNanny bem poderia ensinar um pouco aos dois. A um, a aprender os limites da imposição de suas vontades; ao outro, a capacidade de dizer “não”.

No trabalho, então, seria ótimo. SuperNanny ensinaria as equipes que trabalham juntas a lidar com a diferença de personalidades. A lidar com o fato de que ali todos são presumivelmente adultos e não precisam (ou não deveriam precisar) de babá pra dizer o que fazer, que horas, essas coisas. Ela poderia também ensinar que trabalho é um lugar onde as relações não são de parentesco, embora um bom relacionamento seja essencial. O que não significa que podemos agir feito filhos, ou amigos que “pongam” no trabalho dos outros. Que ninguém deve ser escada pra ninguém, que dar chiliquinho sempre que algo não sai do jeito que se idealizou é coisa de criança, e trabalho infantil é proibido.

Taí, a SuperNanny da vida seria uma mão na roda. O que prova que apesar de adultos, estamos ainda insistindo em engatinhar em algum aspecto da nossa vida. E que idade tem pouco – ou nada – a ver com experiência e maturidade.