(Para ler ouvindo Despedida, que tocou na nossa formatura da Alfabetização, quando alguns mudaram de colégio. Vocês vão entender. :])
A melhor coisa que me aconteceu no Facebook nos últimos tempos foi um grupo em que me inseriram um dia desses. Um reencontro dos ex alunos da escola onde estudei durante 12 anos da minha vida escolar, o Salette. Desde que isso aconteceu, este é um dos meus passatempos prediletos. E tenho dado muita risada sozinha. De repente eu sinto que tenho 11 anos de novo, às vezes 8, às vezes 14, às vezes vejo uma professora antiga, às vezes lembro das viagens que fizemos todos juntos.
É claro que o que a gente menos comenta são as aulas. Os assuntos mesmo são os bullyings, os meninos populares, as meninas também, onde estão todos, o que fazem, “você continua com a mesma cara”, ou “não lembro de sua cara de jeito nenhum”, e principalmente “como minha mãe cortava meu cabelo desse jeito”, “eu usava pochete atravessada como bolsa, que bizarro”. Tem sido uma delícia, e o melhor é que todos comentam a mesma coisa desse reencontro ainda virtual (que já tem data marcada pro grande reencontro real), e o quanto lembramos de coisas que nem imaginávamos, com a ajuda uns dos outros. Cenas engraçadas, fotos fofíssimas de infância, casinhos de adolescência, os gaiatos continuam gaiatos, as tímidas deixaram de ser tão tímidas. Mas a maioria de nós estudou no mesmo colégio por muito tempo, então crescemos juntos, e nos conhecemos mais do que pensamos.
A intimidade está intacta entre os mais próximos. Na verdade o contato que tínhamos parece permanecer o mesmo! Até professores fazem parte das conversas, e elogiam nossa turma, como meninos que transformaram o colégio de forma bonita e geral. São tantas lembranças! O senhor que vendia picolé pelo vale ou passe na entrada, a freira que dirigia a escola de forma rígida demais, os pés torcidos nas correrias pelas escadas, nosso crescimento desengonçado. Hoje todos adultos, prontos. E tão queridos, pelo menos no trato com nossas lembranças, todos doces, acho que de tão encantados que estamos de termos todos encontrado um tesouro precioso, a riqueza maior da vida de todo mundo, que é a infância. E uma infância bonita, tranquila, brincada, rida, dançada, estudada, feliz e cheia de amigos, cada um com uma infinidade de particularidades. Ainda há muito pra conversar com esses meninos. E dá licença que já tenho um monte de sinalizações novas no Facebook. Meus colegas querem falar comigo, vou fazer um recreio. E quer saber? Vou até pegar uma merenda.
“Conça, tem sonho?”